"Será este um filme lacrador?" Esta pergunta tem surgido cada vez mais entre os fãs de cinema, incendiando discussões barbáricas na internet. Neste curtíssimo post, vou explicar como diferenciar um filme lacrador dos demais.
Antes disso, porém, preciso mencionar que o próprio uso do termo "lacrador" é criticado por muita gente (pelos lacradores, geralmente). Os seguintes comentários s]ao bastante comuns:
![Breve apanhado de lacradores no Facebook Breve apanhado de lacradores no Facebook](https://www.fantasticacultural.com.br/imgs/imgs_600/202306090437261-lacradores_odeiam_o_termo_lacracao_no_facebook.webp)
O fenômeno da lacração está em toda parte nos dias de hoje e, ainda assim, encontramos gente que nega que isso acontece ("não existe lacração no cinema"); alguns confessam que existe, mas dizem que é algo bom ("tem é que lacrar mesmo"); alguns adoram lacração, mas não querem que esta palavra seja usada ("é conscientização das problemáticas sociais, não lacração"); alguns dizem que lacração sempre existiu ("todos os filmes fazem isso"); e por aí vai.
Em dois passos, resolvamos essa massaroca: o que é lacração, e como indetificá-la.
Lacração
Ato de comunicação destinado a sinalizar a superioridade moral do emissor da mensagem, valendo-se de argumentos estereotipados e prontos da agenda progressista e, em geral, usando minorias como escudo. Busca-se o alinhamento completo com o que é considerado politicamente correto no momento. A lacração é avessa a qualquer forma de pensamento crítico, pois o raciocínio e a busca da verdade, via de regra, desmancham os pressupostos da propaganda ideológica e revelam uma realidade mais complexa e menos conveniente para os fanáticos tribalistas e sua necessidade de enxergar a sociedade de forma maniqueísta, em "preto e branco" ("ou você concorda comigo, ou é meu inimigo").
Eis o guia completo (como diferenciar um filme lacrador de um filme normal):
![Manual: Como diferenciar um filme lacrador de um não lacrador Manual: Como diferenciar um filme lacrador de um não lacrador](https://www.fantasticacultural.com.br/imgs/imgs_600/202306090606181-como_diferenciar_um_filme_lacrador_de_um_nao_lacrador.webp)
O ato de lacrar, em inglês referido como cultura woke, causa prazer a quem o pratica, pois infla seu ego, ao acreditar que é superior a todos aqueles que não concordam com suas ideias. Além disso, ajuda-o a se sentir conectado com os fanáticos ideológicos que professam as mesmas ideias (ele imagina que os demais membros de seu culto progressista iriam aprovar sua atitude, e se sente orgulhoso e validado).
A maior parte dos que praticam a chamada lacração não sabem de onde provêm as ideias que repetem sem refletir. Eles as tomam como verdades absolutas e, em modo automático, passam a reproduzi-las como papagaios (ou como máquinas humanas de propaganda, que fazem o trabalho de divugalgação gratuitamente), odiando com fervor tribal qualquer um que não concorde com tais ideias. Estas ideias provêm em especial da teoria crítica de raça (que nos brinca com o conceito de branquitude, modo racista de generalizar críticas a todas as pessoas brancas) e do feminismo interseccional (que introduziu a ideia de hierarquia de opressão).
Na dúvida, pergunte-se se tal ou tal indivíduo estaria solto ou retido em um manicômio, caso estivéssemos no século XIX. Se a resposta for a segunda, siga reto e não perca seu tempo.