O Feminismo Está Morto? Um Guia sobre os Tipos de Feministas | Fantástica Cultural

Artigo O Feminismo Está Morto? Um Guia sobre os Tipos de Feministas

O Feminismo Está Morto? Um Guia sobre os Tipos de Feministas

Por Paulo Nunes ⋅ 30 maio 2020
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Enquanto isso, no universo paralelo do feminismo, guerreiras empoderadas juntam suas forças para derrubar o espírito perverso do Patriarcado. Mas você sabe quem é quem e onde você se encaixa no ecossistema mágico da resistência?

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Apesar do que muitos dizem por aí, entender o feminismo não está fácil. Com frequência, tenta-se explicar esta ideologia usando o conceito simplificado dos dicionários, mas nada pode causar tanta confusão quanto isso: há um abismo continental entre a definição da palavra e a realidade. E se nem as feministas se entendem, imagine você o que o resto das pessoas anda pensando.

Mas não se desespere. Depois de muitos anos de estudo das diversas teorias do feminismo e de observação diligente das próprias feministas e de suas táticas de ativismo, foi possível traçar uma teoria geral do fenômeno. Desde já, é preciso notar que sua frágil base ideológica se sustenta sobre a boa vontade de homens e mulheres que se sentem vexados de apontar suas contradições, talvez por presumir-lhe boas intenções, e com a conivência de outros tantos que temem serem chamados de algum "ismo".

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Aqui, porém, interessa-nos a compreensão dos fenômenos. Assim, para além do politicamente correto, verificamos um quadro social complexo, intrincado e problemático nos bastidores da luta contra o patriarcado institucional sistêmico-estrutural.

Pôde-se, assim, classificar as feministas (tratadas, aqui, no feminino, apesar de haver muitos homens feministas) em cinco grandes grupos, de acordo com sua forma de participação no movimento feminista e, portanto, conforme sua atuação na sociedade. Vejamos quem se enquadra em cada um.

1. As Ideologicamente Possuídas

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Estas são as mães e guardiãs do pensamento feminista. Podem ser encontradas principalmente nas universidades, em cursos de humanas, e em outros círculos culturais (quase sempre com apoio financeiro governamental, e quase sempre socialistas).

Ideólogas diligentes, elas formam o cérebro do feminismo. São elas que legitimam a existência do movimento, que formulam suas ideias, publicam seus livros, preparam artigos panfletários para periódicos acadêmicos, orientam matérias de marketing feminista para a mídia, reclamam de falta de representação, convocam eventos como seminários, palestras, protestos. São a intelligentsia.

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Especialmente particular neste grupo é a defesa da supremacia de gênero - isto é, supremacia feminina. Ainda que muitas feministas falem em igualdade de gênero, as ideologicamente possuídas não interpretam o termo igualdade como o resto da humanidade. Para estas ideólogas, igualdade para as mulheres significa privilégios para mulheres e barreiras legais e sociais para homens. Naturalmente, se você disser isso para qualquer uma delas, elas irão negar; e quando você trouxer exemplos de supremacia de gênero pregados por elas, elas dirão: "sim, é verdade, mas isso tudo é justo, pois é compensação histórica". Trocando em miúdos: igualdade, para elas, é desigualdade. Todo privilégio adquirido por mulheres em detrimento de homens seria, para elas, teoricamente justificável e, mais ainda, desejável: é seu principal objetivo.

Na pauta das ideologicamente possuídas, encontramos uma infinidade de aberrações complemente incompatíveis com ideias como justiça e igualdade. O princípio inocente até provado o contrário, por exemplo, esteve intocado (pois considerado sagrado) em todas as democracias do mundo até a primeira feminista decidir que, no caso de assédio ou estupro, uma acusação (verdadeira ou falsa, bem ou mal-intencionada) seria suficiente para condenar um homem.

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A campanha "Escute e acredite", nos EUA, defende que a sociedade (e principalmente a Justiça) deve aceitar como verdadeira qualquer acusação vinda de uma mulher.

Hoje, a mera acusação (às vezes por motivações financeiras, políticas ou mesmo de vingança pessoal) arruína a carreira e, talvez, a vida de um homem (veja casos recentes como os de Neymar e Johnny Depp, que só chegaram até o conhecimento do público devido à fama dos acusados). Nos Estados Unidos, basta virar candidato à presidência para que várias pretensas vítimas, membros do eleitorado da oposição, apareçam alegando assédios que teriam ocorrido décadas antes. E apesar de toda a sociedade estar disposta a banir sem piedade qualquer homem apenas com base em uma única acusação não provada, devido à simpatia automática da sociedade em favor das mulheres, as ideólogas gostam de acreditar que vivemos em uma cultura conivente com o estupro. Haja fé para crer nisso.

Agora, por que dizer que elas estão possuídas pela ideologia, ao invés de dizer que elas possuem uma ideologia? Faz soar como se elas estivessem possuídas pelo demônio, não? Sim, sem dúvida.

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Enquanto parte das feministas defende que a mulher faça o que quiser com seu corpo, outra parte (as mais puritanas, ou sexualmente reprimidas) prefeririam diminuir a liberdade das mulheres em nome do feminismo, proibindo-as de atos que julgam imorais (pornografia ou prostituição).

Este grupo guarda certa semelhança com alguma espécie de clero informal, ainda que em forma adaptada à modernidade. Isso porque, como uma casta que se crê elevada e iluminada pela verdade, unida pelos princípios da sororidade, julgam enxergar o que é invisível aos meros mortais (a opressão patriarcal sistêmica), professam saber o que é melhor para todas as mulheres, e se ocupam de elaborar os guias morais para como homens e mulheres devem agir - não só em nível social (cotas femininas predeterminadas para cada profissão, em detrimento da liberdade de escolha de cada mulher, e cotas femininas para CEOs, políticos, cineastas, escritores, apresentadores, etc.), mas também no particular (regras morais para como as relações de um casal devem ser estabelecidas, em especial no âmbito doméstico, normas de sexualidade, regras sobre como a mulher deve ou não deve usar seu corpo profissionalmente, etc.).

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Nunca se diria algo como "homens apoiam homens". Os gêneros não são internamente homogêneos em interesses e opiniões. A única razão para todos os indivíduos de um certo gênero se unirem seria um interesse comum contra o outro gênero.

Há, sem dúvida, pouca ou nenhuma diferença entre uma crença ideológica e um dogma religioso. Ambos se baseiam na fé, recusando buscar ou aceitar evidências contrárias, e emergindo da pura necessidade de acreditar, por alguma conveniência do ego (busca por reconforto, sentimento de segurança, justificação moral, sinalização de virtude, canalização de ódios, ou o que quer que seja). Várias de suas principais acusações já foram provadas falsas centenas de vezes, sem que elas tenham tido a decência de aposentá-las ou pedir desculpas.

Mas nada disso é capaz de penetrar a mente da feminista ideologicamente possuída. Para ela, portanto, a cognição é escrava do coração (isto é, do desejo de crer), e seu cérebro funciona como um serviçal que é forçado a costurar narrativas (mais ou menos convincentes) para justificar seus delírios emocionais.

2. As Bondosas Constrangidas

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Estas são feministas apenas em nome.

Não querem arranjar encrenca, e vivem em ambientes infestados de feministas. O moralismo e a ameaça de bullying e ostracismo das outras mulheres (feministas) a convencem a se autodesignar feminista, a fim de passar no teste de pureza política. Ela não enxerga a dita opressão patriarcal em seu cotidiano, e não vê os sexos como dois grupos em combate, mas por constrangimento, e para manter as boas relações, finge acreditar no que não acredita. Não raro, até seu emprego ou carreira está em jogo: clientes podem rejeitá-la ou boicotar seu negócio, colegas podem se juntar contra ela e difamá-la, e superiores podem bloquear suas chances profissionais, ao mero sinal de uma heresia.

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"Somos más, mas podemos ser piores."

Para muitos, essa realidade parece incompreensível: por que há feministas atacando mulheres? A petista Luciana Genro explica: "Não basta ser mulher, é preciso estar do lado certo". E como polidamente afirmou o ator Zé de Abreu pelo Twitter, "vagina não transforma uma mulher em um ser humano", desumanizando mulheres com as quais discordava politicamente sob a alegação de serem fascistas.

Nas palavras de Camille Paglia:

O feminismo está morto. O movimento está absolutamente morto. O movimento das mulheres tentou suprimir as vozes dissidentes por tempo demais. Não há espaço para dissidência. A ideologia feminista é como uma nova religião para um grupo de mulheres neuróticas. Você não consegue conversar com elas sobre nada.

3. As Cínicas Encrenqueiras

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Ao contrário das ideólogas, as feministas encrenqueiras têm pouco interesse na ortodoxia feminista e em suas fundamentações. Também não lhes interessa o ativismo, a menos que este lhes sirva para o exibicionismo. Sua motivação principal é um senso de identidade, o que traz, com ele, um certo guia moral (forma fácil de o indivíduo provar a si mesmo que é bom e virtuoso) e uma justificação para a misandria.

Estas feministas são encrenqueiras porque, com visível prazer, envolvem-se em discussões para poder exercer seu privilégio feminino de ser preconceituosa contra homens sem sofrer retaliação. Esta é apenas uma das manifestações de seu mau gênio, pois em várias outras áreas de sua vida apresentará falhas de caráter, sendo este o tipo de pessoa classificado como de personalidade difícil. E como pessoas difíceis, tipicamente tóxicas e verbalmente abusivas, recorrem ao cinismo para lidar com as consequências de suas ações: não aceitam críticas, sempre se consideram com a razão e, obviamente, seus bodes expiatórios favoritos são o machismo, o patriarcado e a masculinidade tóxica.

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No caso destas encrenqueiras, está sempre presente algum nível de transtorno de caráter, mas o grau pode variar. Algumas dessas mulheres podem apenas ter tido algumas experiências traumáticas com homens, e sua misandria é uma forma de defesa psicológica para evitar possíveis mágoas. Em casos mais severos, temos as que declaram odiar todos os homens, acreditam que o mundo seria melhor sem homens, e às vezes fantasiam e defendem sua aniquilação.

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Algumas críticas construtivas a esta matéria deixadas por feministas pelo Facebook

Se alguma vez você já fez a burrada de argumentar com uma delas na internet, irá reconhecê-las facilmente por seu comportamento infantilizado. Quando leem algo de que discordam, imediatamente partem para ofensas em nível escolar, como seu pipi é pequeno, você é incel, não come ninguém, esse aí tem medo de mulher empoderada ou você é idiota, vai estudar. Não fossem sua fotos de perfil, pensaríamos que fossem meninas mimadas e malcriadas. O que mais as enfurece é ver um homem tendo a audácia de falar sobre feminismo: "COMO VOCÊ OUSA?!" Sem útero, sem opinião. Estranhamente, sempre agem como se feminismo e mulher fossem sinônimos: como se uma ideologia (adotada por muito menos da metade das mulheres) e as próprias mulheres fossem a mesma coisa, e como se criticar um fosse criticar o outro. Confusão criada propositalmente para blindar o movimento de crítica.

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São estas as que mais comumente colocarão os peitos para fora nas marchas de protesto, provavelmente porque gostam de objetificar-se ou porque sofrem de alguma pulsão sexual mal resolvida. São também as mais promíscuas, razão pela qual, geralmente, desenvolvem uma visão negativa dos homens (sinalizam estar interessadas em sexo casual, mas sentem-se usadas porque o sexo foi casual). Além disso, tendem a atrair homens de caráter duvidoso, porque elas mesmas têm caráter duvidoso; mas como não exercem bem a autocrítica, acreditam-se ótimas pessoas, pelo que não conseguem compreender a concentração de cafajestes em sua vida. "Por que só me relaciono com canalhas?"

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Como não estão interessadas em ideologia, é absolutamente fútil debater qualquer ideia política com elas: para além dos chavões que elas memorizaram, não terão muito a dizer. E no que tange à busca da justiça, que poderia ser sua justificação para crer no feminismo, esta também não lhe interessa pessoalmente: você as verá postando mensagens feministas sobre justiça de gênero nas redes sociais, e repetindo clichês sobre sua preocupação humanitária em situações sociais, mas seu objetivo com essas manifestações é chamar atenção e se autopromover ("Veja a minha virtude! Deixe seu like.").

Para não confundirmos esta categoria de feminista com outras, é preciso notar que elas são, necessariamente, cínicas (como o nome indica) e moralmente corruptas. Elas quererão que todos se preocupem com os problemas das mulheres (embora estejam falando de si mesmas, apenas), mas não demonstrarão qualquer empatia por problemas masculinos.

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Então, se você procura por uma versão feminina do machismo chauvinista, aqui você a encontrou.

Como todas as feministas, as encrenqueiras acreditam que os homens são privilegiados na sociedade, e esperam que todo homem se envergonhe disso. No entanto, ao escutar sobre os muito mais numerosos privilégios femininos, elas irão rir na sua cara (como, por exemplo, nas áreas citadas abaixo, em que os homens figuram comprovadamente como os mais afetados):

  • Índices de suicídio
  • Índices de pessoas sem teto
  • Índices de vítimas de assassinatos
  • Índices de vítimas de violência
  • Índices de acidentes de trabalho
  • Índices de trabalhadores em condições de risco
  • Índices de perda da guarda de filhos
  • Índices de maiores sentenças prisionais pelos mesmos crimes
  • Índices de baixo desempenho educacional
  • Índices de baixa representação no ensino superior
  • Índices de expectativa de vida
  • Índices de mortes, mutilamentos e trauma em guerras

Todas essas mazelas sociais são preocupações do MRM (Men´s Right Movement, Movimento dos Direitos dos Homens), grupo virulentamente atacado e descaracterizado pelas feministas. E como as encrenqueiras são, acima de tudo, narcisistas e egocêntricas, não espere que elas se preocupem com os problemas de mais ninguém.

4. As Moderadas Confusas

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A maneira mais fácil de reconhecê-las é procurar pelo uso do termo femista. Ou feminazi, ainda que seja menos comum. As moderadas fazem questão de explicar que não odeiam homens, e que as feministas que odeiam homens "não são feministas, e sim femistas". Elas se consideram as verdadeiras feministas porque, no entender delas, tudo o que o feminismo defende é a igualdade entre os gêneros.

Tão simples, não é? Todos deveriam ser feministas!

É claro que elas não conhecem, ou se recusam a usar, o termo igualitarismo, que é "a exigência de que todos os cidadãos do Estado sejam tratados imparcialmente. É a exigência de que o nascimento, relações familiares ou riqueza não influenciem aqueles que aplicam a lei aos cidadãos. Em outras palavras, o igualitarismo não reconhece privilégios naturais", conforme definição do filósofo Karl Popper.

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"Por que não podemos odiar os homens?" - reportagem publicada no The Washington Post por Suzanna Danuta Walters, usando a foto de Harvey Weinstein, acusado de cometer assédios sexuais.

Mas as moderadas, em geral, não fazem parte da elite intelectual: quem diabos é Karl Popper?

O igualitarismo abarca todas as reinvindicações de igualdade de tratamento em benefício das mulheres, mas não só para as mulheres, pois inclui todos os sexos, gêneros, raças, orientações sexuais, etc. O termo feminismo, por não contar com o sentido universalizante do termo igualitarismo, alinha-se a outros possíveis como branquismo, negrismo, masculinismo, que têm foco em grupos específicos e que sempre correm o risco de ultrapassar seu intento original (buscar justiça), tornando-se supremacistas (buscar privilégios).

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Sim, os homens formam uma classe social. Não sabia dessa?

Então, por que as feministas não passam a se chamar igualitárias, ao invés de feministas?

Porque igualitarismo não está na moda. Não resulta em likes, e não afaga o ego de ninguém, justamente por incluir a todos. É aí que se revela, direto do inconsciente, a motivação instintiva de muitas feministas: uma "igualdade" que não trate as mulheres com exclusividade, como indivíduos especiais, não lhes interessa.

Ainda assim, as moderadas tendem a ser as mais sensatas das feministas. Três fatores as previnem de abandonar o feminismo: 1) a falta de compreensão sobre o que é igualdade; 2) as notícias e informações falsas sobre história, política, biologia e sociedade; 3) e a pressão social.

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Para Patrícia Soares e a Carta Capital, o jeitinho islâmico de tratar as mulheres deveria ser aplicado aqui no Ocidente. Quem diria que encontraríamos um modelo exemplar de feminismo na cultura mais patriarcal do planeta?

Assim, acreditando no que os outros dizem e pressionadas a se conformar, impera sobre elas a demanda por sororidade ("mulheres do mundo todo, uni-vos, unificai-vos, e não questioneis tuas irmãs sob qualquer hipótese, para não enfraquecer o movimento"). As ideólogas fanáticas sempre controlam as pautas, liderando o movimento. As moderadas não têm nenhuma voz.

O feminismo, afinal, é um movimento político, e como todo movimento político, é dirigido por estrategistas e propagandistas, da intelligentsia à militância, com os fins primeiros de obter poder e beneficiar seus membros. Como escreveu Millôr Fernandes, "todos os grupos (sobretudo os altamente filantrópicos), ao fim e ao cabo, são apenas agências de emprego para seus membros".

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E é uma das coisas mais bizarras: todos os partidos e movimentos políticos se autoproclamam defensores de seus apoiadores, mas não há nenhum que não seja visto com certo ceticismo, e que não seja tratado como um competidor em certa medida egoísta em busca do poder. Exceto o feminismo (e o movimento LGBT+): estes, por alguma razão, são tratados ingenuamente como puros e 100% bem-intencionados e altruístas. Por que alguém pensaria isso do feminismo, se não julgasse que as mulheres são moralmente superiores aos homens?

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Em suma, as moderadas são o rebanho do movimento. Apesar de se oporem ao extremismo das ideologicamente possuídas e aos maus modos das cínicas encrenqueiras, elas continuam servindo como massa de manobra (sem perceber) para engrossar a causa dirigida pelas radicais, espalhando a Palavra, conscientizando amigos e familiares, e amolecendo o terreno para o uso das extremistas.

5. As Pastoras de Internet

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Esta é a equipe de marketing do feminismo. São as publicitárias do movimento, não necessariamente vinculadas à parte teórica ou à militância, mas trabalhando conforme a ortodoxia feminista e coletando cliques, likes e dinheiro de anunciantes. Em suma, as pastoras disseminam a Palavra (principalmente pela internet) para pagar suas contas.

Termos como mansplaining, manspreading e manterrupting são geralmente inventados nas universidades, onde acadêmicos militantes usam a boa e velha estratégia marxista de criar e perverter conceitos para, através da língua, emplacar suas narrativas ideológicas (como na novilíngua de George Orwell). E se a fábrica de termos são as faculdades, a internet são as lojas, onde estas palavras e ideias são monetizadas, convertidas em produtos da moda para o público leigo.

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Famintos pelos cliques, os jornalistas não se envergonham de promover hábitos de alimentação prejudiciais à saúde e criticar homens por gostarem de mulheres.

Mais preocupadas com o lucro do que com a guerra ideológica em si, estas feministas valem-se das sempre eficientes táticas do jornalismo manipulativo para influenciar a opinião do público, fazendo matérias desonestas e enviesadas parecerem objetivas e bem-intencionadas. Muitos dos problemas sociais apontados por elas são inteiramente fabricados, ou se baseiam em distorção grosseira dos fatos, como o gender pay gap (disparidade salarial de gênero), a objetificação feminina, o pink tax (imposto rosa), o índice de estupro apontando um caso em cada cinco mulheres, etc. Mas a mídia lucra com a polêmica, como as tensões sociais e com o ódio, motivadores principais dos cliques que serão revertidos em lucro através dos anunciantes.

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Entenda como a objetificação funciona.

Apesar da alegação de machismo e opressão patriarcal, é notável que o discurso feminista tem ampla aceitação na mídia, nas universidades, na política e na indústria do entretenimento: é quase impossível encontrar um antifeminista, ou mesmo um cético a este respeito, dando sua opinião sobre o feminismo em qualquer um desses âmbitos, ao passo que são incontáveis os filmes, séries, livros, sites, disciplinas acadêmicas, campanhas empresariais e programas institucionais de governo endossando pautas da agenda feminista.

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Livro de Clara Corleone, pela Livraria Taverna.

Assim, o feminismo não é um movimento antissistema: ele está muito bem integrado ao capitalismo. É inclusive uma das características típicas do neoliberalismo, ou das sociedades voltadas principalmente para o lucro, ao incentivar 100% da população adulta a participar do mercado de trabalho, à custa de sua qualidade de vida. Neste ponto, o feminismo alia-se aos "interesses do capital" (para usar um dos jargões marxistas) por desmoralizar a escolha das mulheres que preferem se dedicar à vida familiar e que se sentem mais felizes cuidando dos filhos do que gastando décadas servindo aos interesses de algum patrão. Em oposição a isso, uma feminista moderado como Betty Friedan (1921-2006) chegou a dizer que "a maternidade escolhida é a verdadeira libertação", mas atualmente não se encontra nenhuma delas ousando manifestar tal opinião. As propagandistas feministas são fortemente responsáveis por esta desvalorização e, em muitos casos, humilhação - refletindo a opinião de Simone de Beauvoir, que reduz o papel da mulher à limpeza da casa e age como se a limpeza da casa fosse feita apenas por mulheres em sua época (outra inverdade):

Poucas tarefas se parecem mais com a tortura de Sísifo do que o trabalho doméstico, com sua repetição sem fim: o que é limpo fica sujo, a sujeira é limpa, repetidamente, dia após dia. A dona de casa se esgota em marcar o tempo: ela não faz nada, simplesmente perpetua o presente... Comer, dormir, limpar - os anos não se elevam mais em direção ao céu, estão espalhados à frente, cinzentos e idênticos. A batalha contra poeira e sujeira nunca é vencida.

Boa parte da mídia não está interessada em contar toda a história. É preciso procurar direto nas fontes para descobrir o que de fato pensam as principais pensadoras e as mais influentes figuras do feminismo. Por exemplo: as feministas odeiam homens? Muitas não, mas Andréa Dworkin, uma de suas principais pensadoras, tem isso a dizer:

Quero ver um homem espancado até sangrar e com um salto em sua boca, tipo uma maçã enfiada na boca de um porco.

Somente quando a masculinidade estiver morta, e ela perecerá, então saberemos o que é ser livre.

E assim como Elizabeth Cady Stanton, a ideia vagamente nazista de um ser humano superior é defendida por muitas feministas:

Nós somos infinitamente superiores aos homens.

E assim como racistas brancos podem acreditar que todos os membros de uma outra raça são criminosos, Marilyn French afirma:

Todos os homens são estupradores e isso é tudo que eles são.

E assim como uma freira medieval, Gloria Steinem acredita que a exposição do corpo humano erotizado é uma espécie de holocausto da alma:

Uma mulher lendo Playboy parece um judeu lendo um manual nazista.

E assim como um indivíduo fanático e obcecado, Bell Hooks não consegue separar suas relações pessoais mais íntimas de sua ideologia política e do jogo de poder:

O amor é profundamente político. Nossa revolução mais profunda virá quando entendermos essa verdade.

E assim como os piores machistas imagináveis, Valerie Solanas expressa o mais absoluto desprezo e ódio por homens de todas as idades, culturas e raças, sem sofrer qualquer repercussão social:

Chamar um homem de animal é elogiá-lo.

Sendo a vida nesta sociedade um tédio absoluto... só resta as fêmeas politizadas, conscientes, eliminar o sexo masculino.

O macho é um acidente biológico... um aborto ambulante... ser macho é ser deficiente.

Em suma: nem todas as feministas são odiadoras de homens, mentirosas compulsivas ou revolucionárias comunistas, mas a concentração negativa dentre elas é tão grande, e o uso malicioso de seu poder político e ideológico é tão prevalente, que dificilmente se poderá salvar o movimento de seu estado atual.

É como dizem:

Uma mulher sem o feminismo é como um peixe sem bicicleta.

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foto do autor

Paulo Nunes

Escritor, editor, ilustrador e pesquisador




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